dimanche 20 septembre 2009



Não tenho descanso.
Tenho sede de infinito.
Minha alma desfalecente aspira aos remotos desconhecidos.
Grande além! Ah! o canto dolorido da tua flauta chamando!
Esqueço, esqueço sempre que não tenho asas para voar,
que vivo eternamente preso à terra.
A minha alma arde e o meu sono foge.
Sou um estrangeiro num país estranho.
Tu murmuras ao meu ouvido uma esperança impossível.
O meu coração conhece a tua voz,
como se fosse a sua própria voz.
Grande desconhecido!
Ah o canto dolorido da tua flauta chamando!
Esqueço, esqueço sempre que não tenho o corcel alado.
Não consigo encontrar o sossego,
sou um estrangeiro em meu próprio coração.
Nas brumas batidas de sol das horas lânguidas,
que imensa visão de ti
me aparece contra o azul do céu!
Grande irreconhecível!
Ah! o canto dolorido da tua flauta chamando!
Esqueço, esqueço sempre
que na casa em que habito sozinho,
todas as grades estão fechadas.

Rabindranath Tagore

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