dimanche 11 octobre 2009




O Amor é a lei de Deus.
Viveis para que aprendais a amar.
Amais para que aprendais a viver.
Nenhuma outra lição é exigida do Homem.

A quem ou a quê devemos amar?
Podemos escolher certa folha da Árvore da Vida
e despejar sobre ela todo o nosso coração?
E o ramo que produziu essa folha?
E a haste que sustenta esse ramo?
E a casca que protege essa haste?
E as raízes que alimentam a casca,
os ramos e as folhas?
E o solo que envolve as raízes?
E o sol, o mar e o ar que fertilizam o solo?
Se a pequena folha merece o vosso amor,
quanto o mais merecerá a árvore toda!
O amor que corta uma fração do todo,
antecipadamente se condena ao sofrimento.
E direis: ´Mas há muitas e muitas folhas
em uma única árvore: umas são sadias outras são doentes;
umas são belas, outras, feias;
algumas são gigantes, outras são anãs.
Como poderemos deixar de escolher?´.

- E vos direi: Da palidez do doente
provém à vitalidade do sadio.
E vos direi ainda mais, que a fealdade é a paleta,
a tinta e o pincel da Beleza;
e que o anão não seria anão se não tivesse dado
parte de sua estatura ao gigante.
Vós sois a Árvore da Vida.
Cuidado para não dividirdes a vós mesmos!
Não ponhais um fruto contra outro fruto,
uma folha contra outra folha,
um ramo contra outro ramo;
nem ponhais o ramo contra as raízes,
ou a árvore contra a terra-mãe,
pois, é exatamente isso que fazeis
quando amais uma parte mais do que o restante,
ou com a exclusão do restante.
Vós sois a Árvore da Vida.
Vossas raízes estão em toda parte;
vossos ramos e folhas, em toda parte;
vossos frutos em todas as bocas.
Sejam quais forem os frutos dessa árvore;
sejam quais forem seus ramos e folhas;
sejam quais forem as suas raízes;
serão os vossos frutos,
vossas folhas e ramos,
serão as vossas raízes.
Se quiserdes que a árvore dê frutos doces e aromáticos,
e a desejardes sempre forte e verde,
cuidai da seiva com que alimentais as suas raízes.
O Amor é a seiva da Vida; o ódio, o pus da morte.
Mas, o Amor, tal como o sangue,
precisa não encontrar obstáculos para circular nas veias.
Reprimi o movimento do sangue
e se tornará uma ameaça, uma praga.
E que é o ódio senão amor reprimido ou amor retido,
tornando-se veneno
tanto para quem o alimenta como para o alimentado;
para quem odeia como para o que é odiado.
Uma folha amarela na vossa Árvore da Vida
é somente uma folha a que faltou amor.
Não culpeis a folha amarela.
Um ramo ressequido é somente um ramo faminto de amor.
Não culpeis o ramo ressequido.
Uma fruta podre é somente uma fruta amamentada com ódio.
Não culpeis a fruta podre.
Culpai antes o vosso coração cego e egoísta
que repartiu a seiva da vida para uns poucos
e a negou a muitos, negando assim a ela própria.
Não há outro amor possível senão o amor a si próprio.
Mas nenhum ser é real, senão aquele que abrange o Todo.
Eis porque Deus é Amor; porque Deus se ama a Si Mesmo.
Se o amor vos faz sofrer, é porque
ainda não encontrastes o vosso próprio ser,
nem achastes a chave de ouro do amor,
pois se amais um ser efêmero, o vosso amor é efêmero.
O amor do homem pela mulher não é Amor;
é algo muito diferente.
O amor dos pais pelos filhos é tão somente
o limiar do sagrado templo do Amor…
Deixai que os homens se gabem de carnes e ossos
que se apegam a outras carnes e ossos,
mas jamais deis a isso o sagrado nome de Amor.
Não conhecereis a alegria do Amor
enquanto houver ódio em vossos corações.
Quando odiais alguém ou alguma coisa,
na verdade odiais a vós mesmos,
pois o que odiais está
inseparavelmente ligado ao que amais,
como o verso e reverso da mesma moeda.
Se quiserdes ser honestos convosco mesmos,
tereis que amar aqueles e aquilo que odiais
e aqueles e aquilo que vos odeia,
antes de amardes o que amais e o que vos ama…
Que ninguém se orgulhe de amar.
O Amor é uma necessidade;
mais necessidade é do que o pão e a água;
mais do que a luz e o ar…
Deveis respirar no Amor
tão natural e livremente como respirais o ar
para dentro e para fora de vossos pulmões.
Mas, não espereis recompensa do Amor.
O Amor é, em si mesmo,
recompensa suficiente para o amor,
assim como o ódio é, em si mesmo,
recompensa para o ódio.
Assim como um poderoso rio
que se esvazia no mar é reabastecido pelo mar,
assim deveis esvaziar-vos no Amor,
para que sejais preenchidos para sempre de Amor.
Sempre vos ouço dizer que o amor é cego,
no sentido de que não vê defeitos no ser amado…
Desejaríeis ser sempre tão cegos
que não encontrásseis faltas em coisa alguma.
Não! Claro e penetrante é o olhar do Amor;
por isso não vê faltas.
Quando o Amor houver purificado a vossa visão,
não vereis jamais nada
que não seja digno de vosso amor.
Só uma visão despojada de amor, um olho faltoso,
está sempre ocupado em encontrar faltas;
e quaisquer que encontre
serão as suas próprias faltas…
O Amor integra; o ódio desintegra…
Mesmo os vossos corpos perecíveis
como parecem ser resistiriam à desintegração,
se amásseis com a mesma intensidade
cada uma das células que o constituem.
O Amor é a paz cheia das melodias da vida.
O ódio, a guerra ansiosa pelos satânicos golpes de morte.
Que preferis: o Amor para gozardes a paz eterna,
ou o ódio para estardes em guerra?!
Toda a Terra está viva em vós.
O Céu e suas hostes estão vivos em vós.
Amai, pois a Terra e todos os seus habitantes
se amais a vós mesmos.
Amai o Céu e os seus habitantes
se amais a vós mesmos.

O Livro de Mirdad

Mikhail Naimy

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