dimanche 11 octobre 2009



A cada instante a voz do amor nos circunda
e partimos em direção ao céu profundo.
Por que deter-se a olhar ao redor?
Já estivemos antes por esses espaços
e até os anjos os reconhecem.
Retornemos ao mestre, que é lá nosso lugar.
Estamos acima das esferas celestes,
somos superiores aos próprios anjos.
Além da dualidade nossa meta é a glória suprema.
Quão distante está o mundo terreno
do reino da pura substância?
Por que descemos tanto?
Apanhemos nossas coisas
e subamos mais uma vez.
Sorte não nos faltará
ao entregarmos de novo nossas almas.
Nossa caravana tem por guia Mustafá, a glória do mundo.
Ao contemplar sua face
a lua partiu-se em dois pedaços.
Não pôde suportar tanta beleza
e fez-se feliz mediante àquela riqueza.
A doçura que o vento nos traz
é o perfume de seus cabelos.
A face que traz consigo a luz do dia
reflete o brilho de seus pensamentos.
Olha bem dentro de teu coração
e vê a lua que se despedaça.
Por que teus olhos ainda fogem dessa visão maravilhosa?
O homem emerge do oceano da alma
como os pássaros do mar.
Como há de ser terra seca o lugar do descanso final
de uma ave nascida nesse mar?
Somos pérolas desse oceano.
A ele pertencemos.
Cada um de nós.
Seguimos o movimento das ondas
que se arrastam até a terra e então retornam ao mar.
E eis que surge a última onda
e arremessa o navio do corpo à terra.
E quando essa onda regressa
naufraga a alma em seu oceano.
E este é o momento da união.

Jalal Udin Rumi

.

Aucun commentaire: