samedi 10 octobre 2009




Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso,
esteja cada vez mais rara: a elegancia do comportamento.
É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres
e que abrange bem mais do que dizer
um simples obrigado diante de uma gentileza.
É a elegancia que nos acompanha
da primeira hora da manhã até a hora de dormir
e que se manifesta nas situações mais prosaicas,
quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto.
É uma elegancia desobrigada.
É possível detectá-la nas pessoas
que elogiam mais do que criticam.
Nas pessoas que escutam.
E quando falam, não ficam a julgar
sentindo-se o ´dono da verdade´.
É possível detectá-la nas pessoas
que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas.
Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores
porque não sentem prazer em humilhar os outros.
É possível detectá-la em pessoas pontuais.
Em pessoas que sabem que os mais velhos,
muitas vezes, são rabujentos e mesmo assim
os tratam com a deferencia que merecem.
Elegante é quem demonstra interesse
por assuntos que desconhece,
é quem presenteia fora das datas festivas,
é quem cumpre o que promete e,
ao receber uma ligação, não recomenda à secretária
que pergunte antes quem está falando
e só depois manda dizer se está ou não está.
Oferecer flores é sempre elegante.
É elegante não ficar espaçoso demais.
É elegante você fazer algo por alguém
e este alguém jamais saber
o que você teve que se arrebentar para o fazer.
É elegante não mudar seu estilo
apenas para se adaptar ao outro.
É muito elegante não falar de dinheiro
em bate-papos informais.
É elegante retribuir carinho e solidariedade.
É elegante o silencio, diante de uma rejeição.
Sobrenome, jóias e nariz empinado
não substituem a elegancia do gesto.
Não há livro que ensine alguém
a ter uma visão generosa do mundo,
a estar nele de uma forma não arrogante.
É elegante a gentileza;
atitudes gentis falam mais que mil imagens.
Abrir a porta para alguém? É muito elegante.
Dar o lugar para alguém sentar? É muito elegante.
Sorrir, sempre é muito elegante
e faz um bem danado para a alma.
Oferecer ajuda? Muito elegante.
Olhar nos olhos ao conversar? Essencialmente elegante.
Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural pela observação,
mas tentar imitá-la é improdutivo.
A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver,
que independe de status social:
é só pedir licencinha para o nosso lado brucutu,
que acha que ´com amigo não tem que ter estas frescuras´.
Se os amigos não merecem uma certa cordialidade,
os inimigos é que não irão desfrutá-la.
Educação enferruja por falta de uso.
E, detalhe: não é frescura.

Toulouse Lautrec

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